BC eleva projeção para a inflação e já admite entregar IPCA na meta somente em 2017

04/12/2015

Em ata divulgada na manhã desta quinta-feira, o Banco Central informou que sua expectativa para a inflação de 2015 subiu e segue acima do centro da meta de 4,5%, tanto no cenário de referência como no de mercado. E mais: já admitindo que só entregará a inflação na meta em 2017, o BC passou a prever um IPCA ainda mais elevado também em 2016.

 

Na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual o colegiado resolveu manter a taxa básica de juros Selic em 14,25% ao ano, o BC informou que sua projeção de inflação no cenário de referência aumentou frente o encontro anterior e se situa acima do centro da meta. No caso do cenário em que o BC usa parâmetros de mercado para fazer projeções, a estimativa para 2016 também aumentou, continuando acima do centro da meta. 

 

O BC não divulga qual a taxa esperada na ata, apenas no Relatório Trimestral de Inflação, que será divulgado um pouco antes do Natal. A meta, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), está em 4,5% para este ano, 2016 e 2017. Em 2017, a margem de tolerância será reduzida de 2 pontos porcentuais (pp) para cima ou para baixo para 1,5 pp.

 

No Relatório Trimestral de Inflação mais recente, divulgado em setembro, a estimativa do BC para o IPCA do ano que vem estava em 5,3% no cenário de referência e em 5,4% no de mercado. No  mesmo RTI, a autoridade informou que sua previsão para a inflação deste ano estava em 9,5% no cenário de referência e no de mercado.

 

A ata reforçou que o foco da meta de inflação foi jogado para 2017, conforme já admitido pelo diretor de Política Econômica da instituição, Altamir Lopes. Agora, o comitê afirma que o objetivo é a convergência da inflação para a meta de 4,5% em 2017. Na ata anterior, o colegiado mantinha a avaliação de que as decisões futuras do Copom seriam tomadas para assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante para a política monetária.  

 

Para 2016, o BC promete em trazer a inflação "o mais próximo possível de 4,5%", mas com a ressalva de circunscrevê-la aos limites estabelecidos pelo CMN, cujo teto é de 6,5% no próximo ano. 

 

Fonte: Estadão