Reunião do Conselho de Ética para analisar caso de Cunha pode não ocorrer

19/11/2015

A reunião do Conselho de Ética marcada para esta quinta-feira, 19, às 9h30 com o objetivo de apreciar o relatório prévio a favor da admissibilidade do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), corre o risco de não acontecer. O presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), foi comunicado que dos 14 plenários destinados às comissões, nenhum está disponível para a sessão do Conselho. 

 

Araújo explicou que o agendamento do espaço foi acertado há 15 dias. Hoje, ele foi informado que o local reservado para o Conselho foi reservado pela CPI dos Maus Tratos contra Animais. O parlamentar estranhou que, em plena quinta-feira, quando tradicionalmente há um esvaziamento da Casa, não há nenhuma sala para a realização da sessão. “Em 16 anos de Câmara, nunca vi isso numa quinta-feira”, comentou.

 

O deputado disse não acreditar que o peemedebista tenha manobrado para que a sessão não ocorra, uma vez que a reunião será apenas para apresentar o relatório prévio e já é dado como certo o pedido de vista, jogando a votação do parecer para a próxima terça-feira (24). “As evidências são claras. Quero saber o que está acontecendo”, insinuou Araújo.

 

Enquanto o comando do Conselho corre para garantir espaço para a realização da sessão amanhã, aumenta a pressão sobre os conselheiros para que Cunha ganhe sobrevida na Casa. Membros titulares do colegiado estão sendo sondados sobre como pretendem votar no processo. Um dos procurados foi o petista Zé Geraldo (PA), que garantiu que abordagem não teve um tom “indecente”. “Vão usar todas as armas que têm para pressionar”, prevê o deputado. 

 

Segundo Zé Geraldo, o PT não fechou questão sobre o caso, ou seja, a tendência é que os três petistas titulares votem pelo prosseguimento da ação contra o peemedebista. O próprio deputado disse que acompanhará a recomendação do relator.

 

Fausto Pinato protocolou o parecer prévio na última segunda-feira e voltou para o interior de São Paulo. O parlamentar de primeiro mandato seguiu orientação do presidente do Conselho para ficar longe da Câmara e evitar assim o contato com aliados de Cunha e adversários do peemedebista. “A pressão está muito grande, dos dois lados”, relatou um parlamentar próximo de Pinato.

 

Fonte: Estadão