Artesãs brasileiras terão exposição na ONU

10/07/2013

Um grupo de 15 artesãs brasileiras terá seus trabalhos e suas histórias de vida apresentados na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos, no mês de setembro. Uma mostra vai expor o artesanato feito por elas, além de vídeos e fotografias sobre o trabalho e o cotidiano destas mulheres. A exposição ficará na entrada da Assembleia Geral da ONU e estará aberta ao público de 09 a 18 de setembro. Ela também poderá ser vista por chefes de estado e representantes de governos participantes da reunião anual das Nações Unidas, que ocorre no final do mês no local.

 

As artesãs expositoras passaram por um processo de seleção e foram escolhidas pelas peças que produzem e também pela influência do seu trabalho na comunidade em que vivem. De acordo com Tânia Machado, gerente de projeto da Associação Brasileira de Exportação de Artesanato (Abexa), foram selecionadas mulheres empreendedoras e criativas, não só por serem grandes artistas, mas também pelos benefícios gerados pelo seu artesanato à comunidade.

 

A ideia da exposição na ONU surgiu no Centro Cape, instituto voltado ao empreendedorismo de Minas Gerais. O objetivo era mostrar o artesanato feito por mãos femininas mineiras. A iniciativa, no entanto, foi abraçada também pela Abexa e ampliada para o Brasil todo. “ De 80% a 85% da produção de artesanato do Brasil é de mulheres, que vivem no campo, em cidades do interior, na roça”, afirma Machado. Segundo ela, o artesanato normalmente começa a ser feito como um complemento de renda por essas mulheres e se transforma na história da comunidade, pois outras moradoras começam a fazê-lo também.

 

É a Abexa que está organizando a exposição, em parceria com o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). As inscrições foram abertas às artesãs em dezembro do ano passado. Foi feita uma pré-seleção de 100 mulheres e o grupo de 15 foi escolhido por uma curadoria formada por representantes do PAB, Sebrae e Abexa. “São mulheres do Brasil todo, do Amazonas a Uruguaiana (RS)”, diz Machado.

 

As artesãs selecionadas são do Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. São mulheres como Raimunda Nonata Silva Pinheiro, de Rio Branco, no Acre, uma líder na produção artesanal da etnia indígena Kaxinawa. Ela fundou uma associação na área e trabalha, junto com outras indígenas, com matérias-primas de origem florestal, como argila, sementes, algodão e tingimentos naturais para a confecção de vestimentas e utensílios, entre outros.

 

Do Ceará foi selecionada Maria Miguel de Oliveira, da cidade de Várzea Alegre. Apesar de um problema congênito de atrofia dos membros, ela atuou na alfabetização e ensino do artesanato a moradores da sua comunidade. Hoje, mais de mil pessoas sobrevivem, na região, da produção de redes de algodão, por meio de uma associação comunitária. Entre as escolhidas também está Raimunda Teixeira da Silva, de Teresina, do Piauí, que lidera uma cooperativa de artesanato em cerâmica com 29 pessoas, e a carioca Mônica Carvalho, que utiliza sobras da natureza como insumos para a produção de bijuterias, painéis e esculturas.

 

A exposição terá uma coquetel de abertura, no dia 09 de setembro, e uma conferência, com lançamento de um livro e de um documentário sobre o artesanato brasileiro, no dia 10 de setembro. A estimativa é que mais de 10 mil pessoas vejam a exposição.

 

Serviço:

Exposição Mulheres Artesãs

Fotos, peças de artesanato, vídeos e conferência

De 09 a 18 de setembro de 2013

Sede da ONU em Nova York

Mais informações: https://www.facebook.com/mulherartersabrasileira

 

 

Fonte: Agência de Notícias Brasil Árabe

Foto:Jayme de Carvalho Jr./Abexa