Sistema fraudulento descoberto em mais modelos da Volkswagen

03/11/2015

Há modelos mais recentes da Volkswagen e da Audi, bem como carros da Porsche, que falsificaram os testes de emissão de gases poluentes, acusa a Agência de Protecção Ambiental dos EUA. A agência, que publicou há um mês e meio a descoberta de software fraudulento nos motores a gasóleo do grupo. A autoridade anunciou nesta segunda-feira que detectou o mesmo tipo de dispositivo em mais veículos, que têm motores de maior cilindrada

 

O número de veículos abrangidos é, porém, muito inferior aos que estão afectados pela descoberta anterior. Desta feita, são pelo menos dez mil automóveis, ao passo que o problema comunicado em Setembro afectava quase meio milhão de carros nos EUA, tendo a empresa acabado por admitir que o software estava instalado em cerca de 11 milhões de veículos em todo o mundo. Os veículos afectados são o Volkswagen Touareg modelo de 2014, o Porsche Cayenne de 2015 e os Audi A4, A6 Quattro, A7 Quattro, A8, A8L e Q5 de 2016. O grupo, no entanto, vende relativamente poucos carros no mercado americano e se, à semelhança do que aconteceu antes, o mesmo problema se vier a verificar nos carros na Europa, o número de veículos afectados pode ser muito superior.

 

Contrariamente ao que aconteceu em Setembro, quando admitiu a culpa, o Grupo Volkswagen emitiu em resposta um comunicado em que nega haver qualquer software fraudulento nos modelos agora identificados. "A Volkswagen quer sublinhar que nenhum software foi instalado nos motores diesel de três litros V6 para alterar as características das emissões de forma proibida", diz a nota. "A Volkswagen vai cooperar inteiramente com a Agência de Protecção Ambiental para clarificar inteiramente este assunto".

 

A autoridade americana, por seu lado, especifica que os automóveis com os motores fraudulentos que foram agora descobertos começam a emitir mais óxido de azoto apenas um segundo após os testes em laboratório terem sido concluídos. As emissões chegam a ser nove vezes superior ao permitido pela lei daquele país, que tem limites mais reduzidos do que os que vigoram na União Europeia.

 

A acusação é um golpe duro para a empresa que há mês e meio tenta limitar a crise em que mergulhou, com medidas que vão do corte nos investimentos previstos a pedidos de desculpas nos jornais, passando por mexidas nos lugares de chefia e reestruturações na organização.

 

 Fonte : UOL