Indústria corta 62,5 mil empregos no semestre

08/09/2015

A indústria paulista fechou 62,5 mil postos de trabalho no primeiro semestre deste ano, registrando o maior número de demissões em 10 anos. De acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em junho, o número de demitidos totalizou 27,5 mil. “Há anos, a indústria vem perdendo postos de trabalho, porém a violência da perda deste ano de 2015 surpreende”, afirma o diretor do Depecon, Paulo Francini, mencionando que a previsão do mercado de trabalho industrial é de registrar a perda de 150 mil empregos até o final de 2015. Em 2014, já houve um corte de 130 mil postos de trabalho.

 

“Estamos perplexos com a redução e ainda não sentimos que o pé bateu no fundo do poço para, agora, tomarmos impulso para voltar a subir”, diz o diretor. Se comparada com a situação em junho de 2014, a indústria paulista chegou a junho deste ano com um saldo negativo de 191 mil empregos. E de acordo com Francini, a pesquisa registrou recorde de perdas em praticamente todas as leituras e deve encerrar 2015 “superando todo e qualquer outro ano anterior” em termos de baixas.

 

Segundo o levantamento da Fiesp, dos 22 segmentos industriais pesquisados, 18 registraram saldo negativo de emprego — quando o número de demissões supera o de admissões. A indústria automotiva foi um dos setores que mais demitiu, com 4,6 mil cortes somente em junho. Em seguida, veio o setor de máquinas e equipamentos, com 4 mil demissões.

 

Das 36 regiões avaliadas, 30 computaram baixa no mercado de trabalho de sua indústria, cinco ficaram positivas e uma ficou estável. Entre as altas, destaque para Matão, com ganho de 0,48%, impulsionado pelo setor de produtos alimentícios (3,95%). A região de Presidente Prudente também anotou alta, de 0,45% em junho, influenciada por contratações nos segmentos de minerais não-metálicos (7,14%) e de coque, petróleo e biocombustível (1,77%). E Santos registrou ligeiro crescimento de 0,31%, puxado pelas indústrias de confecção de artigos do vestuário e acessórios (3,29%) e de produtos alimentícios (1,02%).

 

No campo das baixas, a região de São Carlos se destacou, com queda de 4,56% no emprego industrial, em meio a perdas nos setores de máquinas e materiais elétricos (-1,06%) e de produtos alimentícios (-6,15%).

 

O mercado de trabalho da indústria de Bauru também registrou perdas significativas, de 3,30% no mês passado contra o mês anterior, abatido pelo desempenho negativo nos segmentos de máquinas e equipamentos (-13,70%) e de confecção de artigos do vestuário (-4,25%). E a região de Piracicaba computou baixa de 2,16%, influenciada pela queda em veículos automotores e autopeças (-6,94%) e produtos alimentícios (-4,31%).

 

Fonte: Estadão