10 indícios de que sua comida saudável está te fazendo desenvolver um distúrbio

17/08/2015

A alimentação saudável é muito importante para o bom funcionamento do organismo e para a prevenção de doenças. Mas se isso passa de estilo de vida a uma certa compulsão, é hora de ficar alerta e perceber se não se trata de ortorexia, uma obsessão por alimentos saudáveis, de boa qualidade e de procedência conhecida. De acordo com a nutricionista e especialista em transtornos alimentares, Lara Natacci, comer de maneira saudável é bom, o problema é quando isso traz consequências ruins pra saúde.

 

O que é ortorexia?

A ortorexia é um tipo de distúrbio alimentar onde as pessoas têm uma grande preocupação com a comida saudável e querem saber exatamente sobre a sua procedência e qualidade. “Não tem problema algum consumir alimentos de origem natural, o problema é quando a vida gira em torno dessa alimentação”, define a nutricionista. 

 

Esse problema faz com que os ortoréxicos fujam de corantes, conservantes e estabilizantes e deixem de comer em determinadas ocasiões pelo fato de que os alimentos não se adequem a este padrão. “Essas pessoas costumam fazer mil perguntas para o garçom, quando vão ao mercado estudam o rótulo dos alimentos e além de passarem horas no local, acabam gastando dinheiro com alimentos sem aditivos, super naturais”, acrescenta.

 

Riscos da compulsão por ser saudável

Quem desenvolve o problema pode ter carência de nutrientes, anemia, perda de massa magra e de peso. Além disso, pode haver problemas de concentração, aprendizado e distúrbios emocionais.

 

Além disso, os ortoréxicos podem ter um sentimento de culpa ao consumir algum alimento que não seja totalmente saudável: “Esse sentimento se parece como quando se tem um tipo de compulsão e a pessoa fica frustrada e tem uma espécie de recaída. Então, ela vai sentir necessidade de se desintoxicar”.

 

Embora a pessoa tente se purificar depois de comer de forma que ela não considera tão saudável, não há a indução ao vômito, por exemplo. Um dos comportamentos que ela pode ter é ficar em jejum para compensar. Após a tentativa de compensação, o distúrbio pode se intensificar.

 

Quem pode ter o problema?

Estimativas apontam que cerca de 6% da população sofre de ortorexia. As pessoas que têm mais chance de desenvolver o problema são aquelas que já apresentam maior seletividade na alimentação. Então, para quem vive de dieta e tem fissura com a perda de peso, o risco pode ser um pouco maior. Os adolescentes também têm uma pré-disposição, pois são mais propensos a modismos.

 

Segundo  bem capaz que os ortoréxicos não percebam que estão com o problema. Normalmente se isolam, e podem chegar a incomodar outras pessoas: “Se o ortoréxico vê alguém que não está comendo de forma saudável, pode ser grosseira, dizer que o que ela está fazendo é errado, e que estão se envenenando”.  Acabam envolvendo amizade e família e as pessoas percebem.

 

Tratamento

A especialista explica que pelo fato de ser uma alteração comportamental, é preciso fazer o tratamento com uma equipe multidisciplinar. É importante ter um nutricionista para focar no comportamento alimentar e também um acompanhamento psicológico, para dar respaldo no comportamento. Além de uma avaliação clinica, para ver se houve alterações no organismo: um médico endocrinologista ou um clínico geral podem ser solicitados e até um psiquiatra, para verificar se houve um distúrbio obsessivo-compulsivo.

 

A duração do tratamento vai depender do tempo de instalação do distúrbio. “Não dá para estabelecer um período, vai de acordo com as consequências orgânicas e clinicas”, destaca Lara.

 

Sintomas da ortorexia: 10 sinais para identificar o distúrbio

Se você responder afirmativamente a quatro ou mais questões, recomenda-se a procura um médico e um nutricionista para fazer um diagnóstico e o acompanhamento:

Há a redução da qualidade de vida conforme aumenta a qualidade da dieta?

Há dedicação de muito tempo pensando acerca de uma alimentação saudável?

Existe um excesso de planejamento das refeições dos próximos dias?

Há um maior valor dado à composição nutricional dos alimentos do que pelo prazer da alimentação?

Você deixa de comer os alimentos que mais gosta para ingerir aqueles que crê serem mais saudáveis?

Há um aumento do sentimento de autoestima quando tem uma alimentação mais equilibrada e de superioridade aos outros que não comem da mesma maneira?

Você tem um sentimento de culpa quando come algo não tão saudável?

Sua alimentação causa isolamento social, como a dificuldade em comer fora de casa e com outras pessoas?

Há a capacidade de controle quando consome as porções indicadas dos alimentos?

Existe um bem estar geral associado a mais energia do que o habitual?

 

Fonte: UOL