MOODY'S deve rebaixar rating do Brasil em 2017

12/08/2015

O Barclays avalia que o Brasil tem poucas chances de cumprir as condições necessárias para evitar mais um rebaixamento do seu rating por parte da agência de classificação de risco Moody's. O cenário traçado pelo banco britânico é de que a perspectiva da nota passará de estável para negativa no primeiro trimestre de 2016 e "o consequente downgrade poderia vir no começo do primeiro trimestre de 2017", diz o relatório assinado pelo economista para Brasil do Barclays em Nova York, Bruno Rovai. 

 

Para o especialista, é improvável que haja uma mudança significativa na coordenação do governo junto ao Congresso. "Não vemos as condições necessárias para uma melhora na relação entre o Executivo e o Legislativo, e a falta de popularidade da presidente e a operação Lava Jato só fazem dificultar essa possibilidade", escreve Rovai.

 

O economista pondera, no entanto, que o risco de o Brasil perder o grau de investimento por duas agências de classificação de risco é menor agora é do que era há duas semanas, a não ser que um se materialize "um cenário extremo nos fronts político e econômico", que afete as contas públicos ou o ambiente político de maneira negativa, exemplifica. 

 

O ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola afirmou que, apesar do já esperado rebaixamento do rating do Brasil, especialmente devido à redução da meta de superávit primário para este ano e os próximos anos, a perspectiva estável da nota soberana "dá mais ou menos seis meses" para o País evitar a perda do grau de investimento perante esta agência internacional.

 

"Hoje a probabilidade está dividida em 50% para que o governo consiga manter ou não evitar a perda do grau de investimento no ano que vem", disse Loyola.

 

"Se melhorar a ação do Poder Executivo junto ao Legislativo, com a aprovação de medidas para reforçar as contas públicas, junto com o cenário mais favorável de crescimento do PIB, isso será muito importante para um desfecho favorável", disse ele.

 

Na avaliação de Loyola, os mercados devem ter uma pequena repercussão em relação à decisão da Moody's. "Pode ocorrer alguma volatilidade em dólar ou em bolsa, mas logo passará, pois ativos financeiros já vinham precificando a redução da nota soberana do Brasil", afirmou.

 

Fonte: Estadão