Desemprego ganha força no comércio e em serviços

24/07/2015

Com demissões recordes e maior procura por trabalho, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas brasileiras subiu para 6,9% em junho, o sexto aumento consecutivo.

 

É a taxa mais alta já registradas desde julho de 2010 (6,9%), segundo o IBGE.

 

O aumento do desemprego se deve a demissões mais intensas. A população ocupada encolheu 1,3% na comparação com junho de 2014, para 22,7 milhões de pessoas.

 

Isso significa que 298 mil pessoas perderam emprego no período de um ano, o pior resultado da série histórica, iniciada em 2002.

 

Além de intensas, as demissões, antes concentradas na indústria e construção, se alastraram para serviços e comércio no mês passado.

 

Os cortes foram maiores no setor chamado "outros serviços", que inclui alojamento, alimentação e recreação. Foram 114 mil pessoas demitidas, queda de 2,7%.

 

O comércio também teve um desempenho ruim, com 95 mil demissões entre junho de 2014 e de 2015. A população ocupada no setor caiu 2,2% nessa comparação.

 

"O comércio está reduzindo pessoal, afetado pela queda na receita e pelo aumento de custos, como energia. Com o cenário ruim, o comércio está fazendo seu ajuste", disse Vitor França, assessor econômico da FecomercioSP.

 

Com os cortes, o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada nas seis regiões caiu 2% na comparação com junho de 2014.

 

PROCURA

Além das demissões, o mercado de trabalho está pressionado porque mais brasileiros estão voltando a buscar emprego para recompor a renda de suas famílias, corroída por inflação e juros.

 

A população economicamente ativa cresceu em 224 mil pessoas na comparação com o mesmo mês do ano passado, avanço de 0,9%, para 24,5 milhões.

 

Mas, com diversos setores demitindo, essa mão de obra não foi absorvida. A população desocupada cresceu em 522 mil pessoas, 45% mais que junho de 2014 e maior aumento da série.

 

Já o rendimento real dos trabalhadores foi de R$ 2.149 em junho, queda de 2,9% em relação a igual mês de 2014.

 

A menor renda real é explicada, em parte, pela inflação, que corrói os salários. A piora da qualidade do emprego (menos formal) também explica parte da piora da renda.

 

Fonte: Folha de S.Paulo