Ato com 50 mil ocupa região central de SP; grupo tenta invadir prefeitura e começa quebra-quebra

18/06/2013

Cerca de 50 mil manifestantes --segundo medição do Datafolha-- voltaram às ruas da capital paulista para participar do sexto grande ato contra o aumento da tarifa de ônibus, realizado na região central de São Paulo, na noite desta terça-feira-feira (18). A estimativa da PM era que, às 18h30, ao menos 10.000 pessoas participavam do ato. Por volta das 18h45, um pequeno grupo tentou invadir a sede da Prefeitura de São Paulo, que fica no viaduto do Chá, mas a GCM (Guarda Civil Metropolitana) o impediu.

 

As grades de proteção do local foram retiradas pelos manifestantes, que se aproximaram do cordão de isolamento da GCM. Objetos foram atirados contra os agentes, que só reagiram com gás de pimenta e bombas de efeito moral quando o grupo se aproximou da entrada principal.

 

Cinco portas de vidro foram depredadas durante a ação. O grupo de manifestantes radicais pichou as paredes da prefeitura, quebrou vidros laterais do prédio, e também pichou, depredou e ateou fogo em um carro da Record, além de quebrar os vidros de uma agência bancária do Itaú e destruir a entrada de um prédio. Uma base da PM, que fica em frente à prefeitura, também foi queimada.

 

A minoria que lançou pedras e paus contra as janelas laterais do prédio, só parou com a depredação quando a maioria gritava em coro: "sem vandalismo, sem vandalismo". Os considerados vândalos tentaram ainda arrombar uma porta de madeira e jogaram um paralelepípedo em um carro que estava estacionado no local.

 

Às 20h30, uma equipe do Corpo de Bombeiros chegou ao local para apagar os focos de incêndio provocados pelos manifestantes radicais. 

 

A Guarda Civil, que estava na portaria da prefeitura, foi para o lado de dentro do prédio. As grades que protegem a portaria foram levantadas e impediram a invasão do grupo. Os próprios manifestantes recolocaram as grades de proteção no lugar e gritavam para que o grupo menor que tentava invadir a prefeitura parasse.

 

Um grupo de manifestantes fez um cordão humano em frente ao prédio da para tentar evitar que a sede do Executivo municipal fosse depredada por este grupo mais radical. Eles pedem que a manifestação transcorra sem violência e impedem que outros participantes do ato continuem a tentar invadir o local.

 

Na frente da prefeitura, os manifestantes pediam que o prefeito Fernando Haddad (PT) descesse para conversar. No local, alguns chegaram até queimar um boneco com a foto de Haddad. Uma bandeira de São Paulo foi retirada do mastro e o grupo tentou atear fogo nela. 

 

O movimento, que se concentrou na praça da Sé, se dividiu em dois grupos: um seguiu para a frente da Prefeitura de São Paulo e o outro passou pelo Terminal Parque Dom Pedro 2º em direção à avenida do Estado para chegar à marginal Tietê, mas às 19h, os participantes decidiram mudar o trajeto e voltar para a sede da prefeitura, para se juntar ao restante do grupo.

 

Outros grupos bloquearam a avenida Paulista, a rua da Consolação e a Brigadeiro Luis Antonio, manifestações que estão pacíficas e tranquilas.

 

Apoio

Ao passar pelo largo São Francisco, também no centro, a manifestação recebeu o apoio de motoristas de ônibus que começaram a buzinar. Um dos condutores afirmou à repórter Janaina Garcia: "A manifestação está certa. A tarifa aumenta, mas nosso salário não". "Ô motorista, ô cobrador, o seu salário também não aumentou", gritavam os participantes.

 

No início do ato, foi registrada uma pequena confusão entre manifestantes que estavam carregando bandeiras de partidos e aqueles contrários à "partidarização" do ato. Duas pessoas com bandeira do PCR (Partido Comunista Revolucionário), foram vaiadas por cerca de cinquenta pessoas e alguns manifestantes tentaram tirar a bandeira de suas mãos

 

Haddad se comprometeu a examinar a planilha de custos de transporte do município para "refletir no que poderia cortar de serviços para viabilizar a redução da tarifa". Ele, no entanto, não revogou o aumento durante a reunião do Conselho da Cidade, que foi praticamente unânime ao pedir a suspensão do novo valor de R$ 3,20.

 

Quinto protesto

Ao menos 65 mil manifestantes --de acordo com medição do Datafolha-- participaram do quinto grande ato contra o aumento da tarifa de ônibus, realizado na zona oeste da capital paulista nesta segunda-feira (18). A PM estimou em 60 mil o número de participantes.

 

Além de gritos e cartazes contra o aumento da tarifa de ônibus, que subiu de R$ 3 para R$ 3,20 no começo do mês, os manifestantes exibiam cartazes contra o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano (PSC), outros pediam o fim da corrupção e mais cartazes traziam os dizeres: "Fora, Alckmin".

 

O ato começou com a interdição da avenida Faria Lima, da altura da rua Cardeal Arcoverde até a avenida Presidente Juscelino Kubitschek, em ambos os sentidos, e também passou pela marginal Pinheiros, desde a ponte Eusébio Matoso (sentido Interlagos), passando pela ponte Estaiada e pela avenida Morumbi. O movimento se dividiu em duas partes: um grupo seguiu em direção ao Palácio dos Bandeirantes; e o outro partiu para a avenida Paulista.

 

Mas, após uma passeata pacífica pelas principais vias da capital paulista, um grupo menor de manifestantes tentou invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, no Morumbi, zona oeste da cidade. Policiais da Tropa de Choque responderam com bombas de gás lacrimogêneo.

 

Fonte: UOL

Fotos: Gabriela Biló/Futura Press