Apresentação da rotatividade no comércio reúne federações, centrais e sindicatos em um único objetivo: os direitos do trabalhador

26/04/2013

Nesta quinta-feira, 25 de abril, o Sentracos (Secretariado Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços) apresentou o seminário “Rotatividade no Comércio, Dados Setoriais e Diretrizes para a Ação Sindical”, coordenado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Participaram do evento Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo - e toda sua diretoria, Luis Carlos Motta, presidente da Federação de Comerciários de São Paulo, além de presidentes e dirigentes de sindicatos e federações de todo o Brasil. “Esse encontro demonstra que estamos iniciando um movimento histórico de unidade”, comentou Patah.


O objetivo foi, a partir dos dados de rotatividade apresentados pelo Dieese, debater e criar um documento de ações conjuntas para o enfrentamento dessa questão. Segundo a instituição, a categoria dos comerciários tem a 3ª maior taxa de rotatividade brasileira. “Muitas vezes, a rotatividade é usada como instrumento para reduzir custo e rebaixar salário. Por exemplo, a cada 90 dias, quando acaba o período de experiência, o empregador troca o funcionário e chama outro, que ganhará menos do que o comerciário que tem mais tempo de casa”, explicou José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de Relações Sindicais do Dieese.


"O comerciário tem hoje uma importância estratégica de sustentabilidade na economia nacional. No entanto, quadros inteiros de funcionários de empresas são trocados como se fossem mercadorias. A rotatividade é muita alta no setor. Só em São Paulo, fazemos 12 mil homologações por mês. Precisamos encontrar medidas para frear esse absurdo", disse Patah. E complementou: "Temos uma enorme capacidade de interferir nas políticas públicas em favor do comerciário. Vamos construir uma política de atuação contra adversidades como precariedade, informalidade, discriminação racial e, principalmente, a rotatividade. Também vamos atrás do piso nacional".


"Estamos prestes a realizar um sonho: ter diferentes centrais focadas num único objetivo - os interesses dos 12,5 milhões de comerciários brasileiros", reforçou José Gonzaga da Cruz, vice-presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.
"Juntos, somos fortes. Unidos e organizados, somos imbatíveis. O que for decidido no evento de hoje dará uma diretriz para todos os dirigentes do Brasil", finalizou Luis Carlos Motta.


Sindicato e Federação de Comerciários de São Paulo
“Quero parabenizar essa unidade que estou vendo aqui no Sentracos, sob a coordenação do Ricardo Patah. O sonho de todo comerciário, há mais de 80 anos, era a regulamentação da categoria. Após essa conquista, cabe a nós, dirigentes sindicais, debater e levar a interpretação dessa regulamentação para nossa base. Mas não para aqui! A Federação de Comerciários de São Paulo está unida ao Sindicato e vamos conseguir mais conquistas por meio da regulamentação da categoria.” (Luis Carlos Motta, presidente da Federação de Comerciários de São Paulo)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Persistência pelos direitos do comerciário
Após uma luta judicial que durou 12 anos, em 20/02/2013 foi retirado da base de São Carlos e finalmente criado o Sindicato dos Comerciários de Pirassununga e Porto Ferreira.
O presidente da Entidade, Wanderley Aparecido Batistela, esteve no Seminário “Rotatividade no Comércio, Dados Setoriais e Diretrizes para a Ação Sindical”, e contou que está prestes a se filiar à UGT. "Nossa base, composta por cerca de 5 mil comerciários, enfrenta os mesmos problemas que a categoria encontra em São Paulo e em todas as cidades do Brasil. Queremos fazer parte da UGT e utilizar sua enorme representatividade para conquistar todos os direitos e benefícios pertinentes ao trabalhador."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Filiação à UGT visa ampliar conquistas
Outra Entidade que passará a fazer parte da UGT é a Federação dos Empregados no Comércio e Serviços do Estado de Sergipe, presidida por Ronildo Torres Almeida.
Há cinco anos, a Federação se desmembrou da Bahia e criou sua própria sede. “Não fazia sentido existir uma única Federação para dois estados independentes. Agora, podemos dar uma maior assistência e representatividade ao comerciário. Temos acompanhado o trabalho do Patah e de toda a estrutura da UGT. A partir de nossa filiação, esperamos levar para Sergipe a concretização de conquistas para a classe trabalhadora”, disse Ronildo.