25 de julho de 2022 e os 30 anos em comemoração ao Dia das Mulheres Afro-latino-americanas e Caribenhas

25/07/2022


Nesta segunda-feira (25), é celebrado o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data tem uma representação importante para o combate ao racismo estrutural e toda a forma de violência contra as mulheres negras.


A data, que é um período de reflexão sobre o cenário social e políticos que envolve as mulheres negras foi instituído no brasil em 2014, sob o comando de Dilma Rousseff e o dia 25 de julho, foi escolhido por marcar, em 1992, o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas realizado em Santo Domingo, República Dominicana.


Nestes 30 anos, muita coisa mudou, contudo, é preciso ampliar ainda mais as ações que resultem no enfrentamento ao patriarcado que exclui, oprime e marginaliza todas as mulheres, principalmente as mulheres negras.


“Essas três décadas representam um marco importante para o conjunto de lutas que a sociedade trava para enfrentar o racismo estrutural e toda a forma de violência que, infelizmente, ainda ocorre contra os negros”, explicou Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT).


Segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2018, a vulnerabilidade das mulheres negras ao desemprego é 50% maior de comparado a outros grupos e a pandemia de Covid-19 serviu de termômetro para reafirmar os dados divulgados pelo Ipea, já que durante a crise sanitária mais de 1,2 milhão de mulheres negras perderam o emprego contra e 466 mil não negras.


Em março deste ano, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou um estudo que teve como base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do IBGE, que revelou que as mulheres trabalhadoras negras foram as mais prejudicadas pela pandemia no mercado de trabalho brasileiro.


Pelos dados divulgados, entre 2019 e 2021 o número de mulheres no mercado de trabalho caiu de 47,5 milhões para 46,4 milhões, apresentando um salto no número de desempregadas negras que passou de 4,4 milhões em 2019 para 7,3 milhões em 2021.


“Apesar de todos os avanços conquistados em relação a temas raciais, não podemos baixar a guarda, pois o racismo, o machismo e a desigualdade, que atinge principalmente os negros, ainda estão muito presentes na nossa sociedade”, concluiu Patah.