Vendas no varejo sobem 1% e fecham primeiro trimestre em alta
11/05/2022
O volume de vendas do comércio varejista no país cresceu
1,0% em março, na comparação com fevereiro, apresentando o terceiro mês
consecutivo de alta. Já março teve alta de 4,0% contra o mesmo mês do ano
passado. Dessa forma, o setor fecha o primeiro trimestre com aumento de 1,3% na
comparação com o mesmo período de 2021. Os dados são da Pesquisa Mensal de
Comércio (PMC), divulgada hoje (10) pelo IBGE.
No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo,
as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o
volume de vendas apresentou aumento de 0,7% frente a fevereiro.
Para o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, a terceira
alta consecutiva chama a atenção, já que não acontecia desde maio a outubro de
2020 (cinco meses consecutivos), período de recuperação do comércio após as
grandes quedas registradas no auge da pandemia da Covid-19.
“A trajetória vinha sendo claudicante, irregular. Esses três
meses de alta significam um trimestre forte, embora os crescimentos ainda não
sejam homogêneos entre todas as atividades”, explica. Em março, o setor ficou
2,6% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020. O varejo ampliado
registrou 1,7%. No entanto, relembra Cristiano, a recuperação ainda não é
difundida entre as atividades, já que seis setores estão abaixo do patamar
pré-pandemia, e quatro, acima, considerando o comércio varejista ampliado.
Na passagem de fevereiro para março, seis das oito
atividades apresentaram alta. Destaque para o desempenho de equipamentos e
material para escritório, informática e comunicação e para outros artigos de
uso pessoal e doméstico, com altas de 13,9% e 3,4%, respectivamente. Neste
último, explica Cristiano, houve boa contribuição das lojas de departamentos.
“As grandes varejistas começaram a ensaiar uma retomada das lojas físicas, com
expansão principalmente no Nordeste e Norte, mas em todo o país”.
Já no setor de material de escritório e informática, o
movimento é de reposicionamento após alguns meses de queda. “Captou-se grandes
promoções, já que o dólar não valorizou ante o real no período, pelo contrário.
Com isso, artigos dessa natureza costumam ficar mais acessíveis”, justifica
Cristiano.
Outros setores que apresentaram alta em março foram livros,
jornais, revistas e papelaria (4,7%), combustíveis e lubrificantes (0,4%),
móveis e eletrodomésticos (0,2%) e tecidos, vestuário e calçados (0,1%). Por
outro lado, duas atividades diminuíram o volume de vendas: hiper,
supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%) e artigos farmacêuticos,
médicos, ortopédicos e de perfumaria (-5,9%).
Na comparação com
2021, alta abrange sete das oito atividades
Na comparação com março de 2021, a alta de 4% no volume de
vendas do comércio varejista atingiu sete das oito atividades. O maior crescimento
foi no setor de tecidos, vestuário e calçados (81,3%), que apresentou a
terceira alta consecutiva e, em março, deu a maior contribuição dentre todas as
atividades: foi responsável por três pontos percentuais do total do comércio
varejista.
Também tiveram alta na comparação com o ano passado as
atividades de livros, jornais, revistas e papelaria (36,1%), outros artigos de
uso pessoal e doméstico (8,9%), equipamentos e material para escritório
informática e comunicação (16,2%), móveis e eletrodomésticos (6,7%),
combustíveis e lubrificantes (6%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos
e de perfumaria (1,5%).
Nesta comparação, apenas hiper, supermercados, produtos
alimentícios, bebidas e fumo (-3,4%) teve queda. Já no comércio varejista
ampliado, o aumento de 4,5% nas vendas frente a março de 2021 foi seguido tanto
por veículos e motos, partes e peças (7,3%) quanto por material de construção
(1,2%).
Vendas crescem em 19
unidades da federação
Na passagem de fevereiro para março, 19 unidades da federação
(UF) tiveram alta, com destaque para Goiás (3%), Roraima (2,8%) e Pernambuco
(2,5%). No campo das quedas, foram sete UFs, com o Amazonas (-3,2%) marcando a
maior redução, seguida por Distrito Federal (-1,5%) e Bahia (-1,2%). O Pará
apresentou estabilidade (0,0%).
Já na comparação com março de 2021, 24 UFs tiveram alta. As
maiores foram do Ceará (20,4%), do Distrito Federal (19,6%) e do Amapá (17,9%).
Os três estados que apresentaram queda foram Amazonas (-6,8%), Sergipe (-4,4%)
e Rio de Janeiro (-3,5%).
Mais sobre a pesquisa
A PMC produz indicadores que permitem acompanhar o
comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita
bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas
ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista.
Iniciada em 1995, a pesquisa traz resultados mensais da
variação do volume e receita nominal de vendas para o comércio varejista e
comércio varejista ampliado, que inclui automóveis e materiais de construção,
com dados para o Brasil e as unidades da federação. Os resultados podem ser
consultados no Sidra.
Fonte e Foto: Agência IBGE