Número de famílias endividadas cai para 62% no Brasil

16/07/2013

Em sua terceira edição, a Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), mostrou que na média das capitais brasileiras houve um recuo no número de famílias endividadas: em 2011 o número era de 62% e em 2012, de 59%, a mesma porcentagem de endividamento registrada em 2010. Mesmo com o menor porcentual de famílias endividadas (na comparação 2012/2011), o valor dessas dívidas cresceu, em função do aumento do volume de empréstimos concedidos em 2012. Os dados comparativos de 2010, 2011 e 2012 têm como fontes o IBGE e a CNC.

 

O valor total da dívida das famílias obteve um aumento real de R$ 346 milhões, e passou de R$ 15,9 bilhões em 2011 para R$ 16,2 bilhões em 2012. Como resultado, o valor médio real da dívida mensal das famílias (nível nacional) também obteve um aumento de 7,6% em 2012,  e passou de R$ 1.812 para R$ 1.950. Os índices de inadimplência das famílias e o de comprometimento de renda média mensal familiar se mantiveram praticamente estáveis entre 2011 e 2012. No indicador "contas em atraso das famílias", a oscilação foi de 23% em 2011 para 22% em 2012. E a taxa de renda comprometida com o pagamento de dívidas se manteve  em torno de 30%, porcentual considerado adequado. 

 

Aumento da dívida em São Paulo

A capital paulista, com a maior população nacional, detém também o maior volume de dívidas. Em 2012, na média mensal, o total de dívidas das famílias alcançou R$ 3,6 bilhões, um aumento de 15% em relação a 2011. O crescimento foi expressivo em relação ao aumento de 2% registrado no período 2010/2011. Apesar do expressivo volume (R$ 3,6 bilhões), Palmas, capital do Tocantins, foi a cidade que obteve a maior variação nacional, com um crescimento de 43% do total das dívidas das famílias, alcançando um total de dívidas de R$ 59 milhões. Aliás, a soma dos totais das dívidas médias das cinco capitais com menor volume de dívidas (Porto Velho, Macapá, Rio Branco, Palmas e Boa Vista) foi de apenas R$ 333,5 milhões/mês, ou seja, 9% do valor registrado na capital paulista. 

 

Outro destaque da região Sudeste foi a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, que apresentou a maior taxa de variação, um aumento de 31%, no indicador das famílias com contas atrasadas no período 2011/2012. No ranking das cinco maiores variações, São Paulo está em segundo lugar, com um aumento de 26% no número de famílias com pagamento de dívidas em atraso. Completam a lista três capitais da região Nordeste: Maceió (22%), Vitória (7%) e Aracaju (6%). A taxa média nas capitais brasileiras aponta redução de 5% no número de famílias inadimplentes no País. Belo Horizonte e Florianópolis lideram a lista das cinco cidades com menor comprometimento  mensal da renda com pagamento de dívida, 28%. O número fica próximo da média nacional, que é de 30%. As outras capitais do Sudeste não fogem do padrão: São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória apresentaram taxa de 29% de comprometimento.

 

Em relação ao valor da dívida por família, na região Sudeste, duas capitais, Vitória e Belo Horizonte, estão entre os cinco maiores valores médios (em reais). A capital capixaba apresentou uma parcela mensal de R$ 2.499 de comprometimento da renda com a dívida (em 2011 a parcela foi de R$ 2.329), e a capital mineira apresentou uma parcela mensal de R$ 2.476 (em 2011 a parcela foi de R$ 2.302). Florianópolis lidera o ranking, com R$ 2.505 (R$ 2.228, em 2011). As outras capitais do Sudeste apresentam valores próximos à média do total das capitais brasileiras, de R$ 1.950 (em 2011 o valor foi de R$ 1.812): São Paulo com R$ 2.003 (R$ 1.897, em 2011) e Rio de Janeiro com R$ 2.115 (em 2011, R$ 2.072). 

 

A Assessoria Técnica da FecomercioSP ressalta que apesar de estável -- mercado de famílias tomadoras de crédito em torno de 60% do total, respaldo de renda e de emprego; e fatores de confiança para expansão de dívidas, para novas compras ou para quitar antigas --, o sistema pode se tornar vulnerável diante de cenários imprevistos de inflação, como em 2012, quando houve uma imposição da redução de consumo e uma elevação do valor das dívidas em atraso. 

 

Fonte: DCI