Para estas startups, o próximo passo é a volta para as lojas físicas. Mas elas não serão como você imagina

01/11/2021


A pandemia do novo coronavírus aprofundou a digitalização dos brasileiros: 36% dos consumidores online brasileiros compraram em uma nova categoria pela primeira vez em 2020, e 79% deles começaram sua jornada de compra pela internet, segundo um estudo da empresa de tecnologia Google.

As startups se beneficiaram dessa maior disposição do brasileiro em experimentar serviços e produtos por canais digitais. Mesmo assim, algumas delas apostam que a saída para conquistar mais clientes e melhorar inclusive a proposta virtual é, quem diria, inaugurar lojas físicas. Mas não se engane: esses estabelecimentos não têm nada de tradicional.

Do Zero Ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney, conversou com três dessas startups: o comércio eletrônico de moda e estilo de vida Amaro; o comércio eletrônico de móveis MadeiraMadeira; e o comércio eletrônico de vinhos Wine.

Seus fundadores ou diretores falaram sobre quando a aposta em lojas físicas começou; sobre como mantiveram esse investimento durante o período de digitalização e isolamento social; e sobre como as futuras lojas físicas serão diferentes das vistas antes da pandemia. Essas lojas são pensadas para o e-commerce: são desde um ponto para cadastro das clientes até um mostruário para compras posteriores pela internet.

Aposta antiga…

A Amaro foi criada como um comércio eletrônico de moda em 2012. A startup começou a abrir suas primeiras lojas em 2015, quando a penetração do e-commerce na moda estava entre 2% e 3%. “O objetivo era conquistar mais clientes. Contabilizávamos as vendas nas próprias lojas por metro quadrado e comparávamos com nossos custos, como qualquer ponto comercial faria. Mas trouxemos também o conceito de omnicanalidade como forma de justificativa adicional aos custos]”, conta Dominique Oliver, cofundador da Amaro.

Além do faturamento por loja, a marca também mede desde então a obtenção de dados cadastrais das consumidoras potenciais, que montam listas de desejo no aplicativo ou nos computadores da loja; quanto as compras online aumentam acima da média em CEPs próximos ao de uma loja aberta faz até 24 meses; a quantidade de compras online que são retiradas na loja; e a quantidade de compras online que partem do estoque da loja – um modelo conhecido como ship from store.

A Wine abriu sua primeira loja em 2019, na cidade de Belo Horizonte (Minas Gerais). Assim como a Amaro, os primeiros objetivos eram conquistar mais clientes, permitir a retirada de produtos comprados pelo e-commerce na loja e fazer entregas mais rápidas, por meio do ship from store.

“Tínhamos clientes para compras programadas no e-commerce, com entrega entre três e cinco dias. Mas eles acabavam indo ao supermercado na hora de comprar um vinho de última hora, para consumo próprio ou para presente”, explica Alexandre Magno, diretor de e-commerce e relações com investidores da Wine. As transações também passam pelo aplicativo da marca, para ter um acompanhamento das informações dos consumidores e dos produtos que foram ou não comprados.

Fonte: InfoMoney