Instituições financeiras criam seguro que indeniza em casos de golpes com Pix; veja como funciona

01/11/2021


A popularidade do Pix é inegável: são mais de 1,04 bilhão de transações até o mês de setembro, desde o seu lançamento. O número de chaves já passa dos 330,7 milhões e são 109,7 milhões de usuários, considerando pessoas físicas e jurídicas.

Porém, à medida que mais e mais pessoas aderem e usam o Pix para fazer transferências e pagamentos instantâneos, crescem também os golpes e tentativas de fraudes envolvendo o sistema.

A cada oito segundos, um brasileiro é vítima de golpes ou fraudes virtuais, sendo que as fraudes envolvendo o Pix estão entre as mais frequentes, segundo um estudo do Serasa Experian.

Diante desse cenário, soluções para evitar prejuízos começaram a ser elencadas. O Banco Central, criador do sistema e principal fiscalizador, ajustou as regras do Pix para limitar o valor das transações a R$ 1 mil durante à noite.

Além disso, surge uma nova modalidade de seguro: instituições financeiras vêm criando e desenvolvendo produtos que deem proteção ao cliente quando se diz respeito ao uso do Pix.

O que é?

O seguro é uma nova modalidade, que algumas instituições já criaram e outras já desenvolvem, que visa proteger a pessoa física de possíveis golpes ou fraudes relacionados à transferências de dinheiro envolvendo o Pix.

O Santander anunciou o Santander Seguro Transações, modalidade criada para proteger o cliente pessoa física que realiza, sob coação, transferências via Pix, mas também inclui DOC, TED e TEF.

A contratação do seguro estará disponível para todos os correntistas pessoa física do Santander em novembro e poderá ser feita pelo aplicativo e nos caixas eletrônicos do banco.

O Mercado Pago também anunciou que irá oferecer uma solução similar em sua conta digital.

“Com o objetivo de oferecer cobertura em caso de eventuais ocorrências, principalmente em ambientes externos, o Mercado Pago passa a disponibilizar seguros de perda, roubo e furto, proteção de compras, saques em dinheiro e saques e transferências sob coação – inclusive com Pix e Código QR”, disse a empresa em nota.

A contratação estará disponível para os clientes a partir de novembro e a oferta será em parceria com a seguradora BNP Paribas Cardif, empresa de seguros de crédito e especialista em seguros massificados do Brasil

. “Com um ano de operação no segmento de insurtech, nossa estratégia inclui olhar para o seguro como ferramenta de acesso ao dinheiro digital, abrindo mais uma porta para a inclusão financeira dos brasileiros”, explica Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado

O Bradesco também anunciou sua versão do produto: o seguro, que vale para transações bancárias realizadas por meio do aplicativo Bradesco em dispositivos perdidos, roubados ou furtados, também inclui o Pix e não para fraude no Pix no caso de transferências, pagamentos QR Code e Pix Copia e cola.

O banco ressaltou que o seguro não cobre fraudes envolvendo Pix, como casos de engenharia social, quando o cliente é convencido por um criminoso e faz um Pix por engano, por exemplo.

InfoMoney entrou em contato com o Banco do Brasil, com o Itaú, com a Caixa e com o Pic Pay para entender se eles também ofereciam produtos similares.

Em nota, o Banco do Brasil explicou que trabalha em um seguro nesse sentido com o foco em proteger itens pessoais. “Entre as coberturas previstas, está a proteção para saques, compras ou transferências via Pix sob coação, com previsão de lançamento para o início de 2022”.

O valor de cobertura terá limite de R$ 1.000 e, inicialmente, não terá coberturas relacionadas a fraudes. “A ampliação da cobertura e dos limites de indenização serão avaliados no decorrer da maturação da carteira.”

Fonte: InfoMoney