Sinal 5G será ativado em São Paulo na quinta-feira, diz Anatel
01/08/2022
As teles já pediram licença para instalar 892 antenas na
cidade, número superior ao mínimo exigido, o que indica um início acelerado
A internet móvel de quinta geração (5G) será ativada na
cidade de São Paulo na quinta-feira, 4, nove anos depois da chegada da
tecnologia antecessora, o 4G. Este será um marco para a capital paulista, que
passará a contar com uma rede mais rápida para o tráfego de dados, permitindo o
surgimento de novos aplicativos e serviços. A informação foi antecipada para o
Estadão/Broadcast pelo conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) Moisés Queiróz Moreira, que preside o grupo responsável pela limpeza
da faixa por onde vão transitar os sinais de internet.
Queiróz vai convocar para amanhã uma reunião extraordinária
do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de
Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi). Na ocasião, a liberação
do sinal de 5G será formalizada.
A faixa por onde vai transitar o 5G hoje é ocupada pelo
sinal de TV por antenas parabólicas. O processo de limpeza, conduzido pelo
Gaispi, consiste em migrar o sinal das parabólicas da banda C para a banda KU.
Técnicos passaram os últimos dias nas ruas instalando
filtros nos equipamentos e testando se esse “desvio” no sinal funciona
corretamente. Com tudo pronto, a Anatel dará o sinal verde para as operadoras
ligarem suas antenas do 5G.
A cidade de São Paulo será a quinta do País a contar com a
nova tecnologia de internet móvel. A primeira foi Brasília, no dia 6 de julho,
seguida por Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa, todas no dia 29.
Goiânia, Salvador, Curitiba e Rio de Janeiro também já passam pela instalação
dos filtros e serão as próximas a receber o 5G, porém ainda sem data definida.
Disseminação rápida
A expectativa é de que a cobertura 5G cresça rapidamente em
São Paulo, segundo Moreira. “As operadoras estão colocando quase o dobro das
antenas exigidas pela Anatel nessa fase inicial. Isso é um indicativo de que a
competição está alta e elas têm a intenção de ampliar a cobertura o mais rápido
possível”, afirmou.
Pelas regras do edital que balizou o leilão de licenças para
o 5G, as teles têm de instalar uma antena a cada 100 mil habitantes no início
das operações. Isso dá 154 antenas por operadora. Como são três no mercado
(Vivo, TIM e Claro), seriam esperadas 462 antenas neste começo. No entanto, as
teles já pediram autorização para colocar 892 antenas, número bastante
positivo, na visão de Moreira. Equivale a 20% da base total de 4.592 antenas já
instaladas em São Paulo para o tráfego do 4G. Portanto, é um início acelerado.
“Podemos aferir que teremos uma cobertura 5G estimada nas mesmas proporções,
isto é, de 20% da área urbana da capital”, explicou.
O mapa das antenas (veja abaixo) mostra que a cobertura está
concentrada inicialmente no chamado centro expandido da capital paulista, entre
as marginais Tietê e Pinheiros, pegando também uma boa parte da zona oeste e o
começo da zona sul. Esse é o miolo onde ficam os principais prédios
empresariais, polos de empregos e as famílias com maior poder aquisitivo. Já as
zonas leste e norte, bem como o extremo da zona sul, têm antenas mais
espalhadas. “A distância ideal de cobertura é de 300 metros entre as estações.
Nesse começo algumas regiões serão melhor atendidas, como a área central”,
observou.
Mais acessível
Para usar o 5G não é preciso mudar o chip ou o plano de
telefonia. As companhias têm oferecido acesso livre à nova tecnologia. Basta
ter um aparelho compatível com o 5G e estar dentro da área de cobertura do novo
sinal. Há no mercado 71 celulares aptos a captar o 5G, conforme lista
homologada pela Anatel. Os preços partem de aproximadamente R$ 1.600.
O 5G promete velocidade de tráfego de dados até 100 vezes
superior à do 4G e um tempo de resposta entre os dispositivos praticamente
instantâneo. Em empresas, será aplicado principalmente na automação de
processos produtivos.
Fonte e Foto: Estadão