Pesquisadores identificam método capaz de prever gravidade da covid-19
22/06/2022
Estudo é do Instituto de Química de São Carlos
Pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC),
da Universidade de São Paulo, identificaram um método com potencial para prever
a gravidade da infecção por covid-19 nos pacientes, a partir da análise do
plasma sanguíneo. O sistema pode servir como ferramenta de triagem no
atendimento dos infectados e ser utilizado a fim de evitar a evolução da
doença. O estudo foi publicado na revista científica Journal of Proteome
Research.
De acordo com a pesquisa, os pacientes infectados pela
doença tiveram variações na concentração de seis substâncias encontradas no
sangue, chamadas de metabólitos, sendo elas glicerol, acetato,
3-aminoisobutirato, formato, glucuronato e lactato. As análises revelaram que,
quanto maior o desequilíbrio na quantidade dessas substâncias no início da
infecção, mais graves eram os quadros de saúde que os pacientes desenvolviam.
Plasma
Foram analisadas amostras de plasma sanguíneo de 110
pacientes com sintomas gripais que passaram, em 2020, pelo Hospital da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), sendo que 57 deles não estavam
infectados por covid-19 e os outros 53 eram casos positivos recentes da doença.
Os pesquisadores observaram que, dos infectados, dez
pacientes apresentaram complicações e chegaram a ser internados em Unidade de
Terapia Intensiva (UTI), com registro de duas mortes. Esse grupo com quadro de
maior gravidade apresentou, no início da infecção por covid-19, variações mais
acentuadas na concentração dos metabólitos citados.
Os resultados do estudo podem contribuir, conforme apontou o
IQSC, para o desenvolvimento de um novo protocolo clínico que ajudaria médicos
e hospitais a identificarem, já nos primeiros dias de sintomas, pacientes que
possam desenvolver a forma grave da doença, permitindo que intervenham para
evitar a evolução da doença.
Ainda segundo o IQSC, para validar a técnica, os
pesquisadores planejam ampliar o número de amostras de plasma sanguíneo
avaliadas e incluir novos grupos, como os vacinados que contraíram a covid-19,
nos próximos passos do estudo. Além disso, eles pretendem incluir informações
sobre gênero e idade nas estatísticas.
Fonte e Foto: Agência Brasil