TRABALHADORA DOMÉSTICA NO BRASIL: NEGRA, MAIS DE 40 ANOS E SALÁRIO MENOR QUE O MÍNIMO
05/05/2022
O trabalho doméstico no Brasil é exercido principalmente por
mulheres, negras, acima de 40 anos, sem registro e com remuneração média
inferior a um salário mínimo. O perfil foi divulgado pelo Dieese nesta
quarta-feira (27), dia da categoria, escolhida por causa de Santa Zita,
padroeira das trabalhadoras do setor e que também foi empregada doméstica.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
Contínua, do IBGE, no quarto trimestre de 2021 o número de ocupados no país
estava em 95,7 milhões, praticamente o mesmo de igual período de dois anos
antes (95,5 milhões). Já o total de trabalhadores no setor doméstico caiu de
6,2 milhões para 5,7 milhões.
Negras e informais
As mulheres representavam 92% desse total, e 65% eram
negras. Das mulheres empregadas no setor, 76% não tinham carteira assinada,
mais do que em 2019 (73%). E apenas 33,7% tinham acesso à Previdência – eram
37,2% dois anos antes.
Já a idade média se manteve em 43 anos. Do total de trabalhadores,
39,3% tinham de 45 a 59 anos e 36,5%, de 30 a 44 anos. Havia ainda 15,6% de 14
a 29 e 8,5% acima dos 60.
Rendimento cai
De acordo com os dados do IBGE reunidos pelo Dieese, o
rendimento médio mensal caiu de R$ 1.016, em 2019, para R$ 930. “Houve queda em
todas as regiões. As trabalhadoras sem carteira ganharam 40% a menos do que as
com carteira. Já as negras receberam 20% a menos do que as não negras.”
Quase um terço das empregadas (32,3%) tinha menos de um ano
no serviço. Na outra ponta, 19,2% estavam no mesmo emprego há mais de 10 anos.
Há quase 10 anos, em dezembro de 2012, a Câmara aprovou a
chamada PEC das Domésticas. A Proposta de Emenda à Constituição 478/10) ampliou
os direitos trabalhistas dos empregados no setor.
Fonte e Imagem: FEEB/PR - Federação dos
Bancários do Estado do Paraná