Netflix é quem mais vai sentir pressão após acordo bilionário

15/12/2017


A criação de um novo gigante em Hollywood, combinando a Disney e a 21st Century Fox, muda o balanço de poder entre mídia tradicional e serviços de streaming como a Netflix e Amazon Prime, que passarão a depender mais de uma única empresa para obter programas de TV e filmes.

 

A aquisição surge após a Disney ter anunciado que não renovaria seu acordo de licenciamento para a Netflix, que se encerra em 2019, e que vai lançar um serviço de streaming próprio.

 

A Disney e Fox combinadas controlariam 19% dos programas de TV mais populares em cartaz na Netflix dos Estados Unidos, fazendo dela a segunda maior fornecedora de conteúdo ao serviço, atrás da rede CBS.

 

A participação combinada das duas empresas excederá a das séries originais da Netflix, o que tornaria ainda mais urgentes os bilionários investimentos da empresa na produção de filmes e programas de TV.

 

A companhia de streaming produz ou adquire 15% dos programas de TV do ranking IMDB 500, ante 12% para a Fox e 7% para a Disney.

 

No serviço da Amazon, Fox e Disney juntas responderiam por 9% dos 500 programas mais assistidos.

 

Isso exporia as duas empresas a uma virada estratégica do novo grupo de Hollywood para remover seu conteúdo dos serviços terceirizados de streaming, e o maior risco caberia à Netflix.

 

No entanto, muitos dos acordos de licenciamento que a Netflix e Amazon assinaram têm duração de diversos anos. Mesmo que uma rede decida remover seu conteúdo de uma plataforma, seus programas continuariam disponíveis por até uma década.

 

Alguns observadores do setor de streaming veem uma oportunidade na fusão entre a Disney e a Fox, porque os desafios da integração podem gerar distrações que as impediram de concorrer mais efetivamente com os novos rivais on-line.

 

A Netflix anunciou que até 2020 espera produzir diretamente ou licenciar diretamente dos produtores 50% de seu conteúdo.

 

A estratégia para reduzir sua dependência de fornecedores como a Disney e a Fox para o conteúdo que ela oferece foi adotada em 2013, porque a empresa já antecipava mais tensão competitiva com seus parceiros no setor de mídia tradicional.

 

Fonte: Folha de S.Paulo