Petrobrás coloca R$ 5 bilhões no caixa com IPO da BR Distribuidora

14/12/2017

A Petrobras colocará R$ 5,024 bilhões em seu caixa com a abertura de capital da BR Distribuidora, na esteira de seu processo de desalavancagem. Com a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), que atraiu forte demanda de investidores locais e estrangeiros, a petroleira se desfez de 30% da companhia. O primeiro pregão da BR será na sexta-feira, dia 15, quando a ação será listada no Novo Mercado, segmento de mais elevadas exigências de governança corporativa da B3.

 

O preço da ação da BR foi precificada em R$ 15, no piso da faixa indicativa de preço, que foi estabelecida entre R$ 15 e R$ 19. A demanda dos investidores superou a oferta em cerca de três vezes, apurou o Estadão/Broadcast, mas as ordens predominaram com o preço mais baixo.

 

Foram vendidas 334.937.500 ações, o que indica que além do lote principal foi alocado o lote adicional, devido à demanda. O valor da oferta ainda poderá crescer caso seja exercido o lote suplementar. Foram os coordenadores da oferta o Citi, Bank of America Merrill Lynch, BB Investimentos, Bradesco BBI, Itaú BBA, JP Morgan, Morgan Stanley e Santander.

 

A oferta da BR marca a maior operação na Bolsa brasileira desde 2013, quando a oferta da BB Seguridade movimentou cerca de R$ 11 bilhões. Neste ano o maior IPO era, até aqui, do Carrefour Brasil, com um giro de R$ 4,9 bilhões.

 

Com essa oferta, o volume neste ano de emissão de ações já se aproxima dos R$ 40 bilhões. Amanhã serão precificadas ainda as ações de Burger King Brasil, que está com elevada demanda, e a Neoenergia, mas que deve suspender sua oferta, visto que até o momento não conseguiu atrair os investidores.

 

Os banqueiros passaram o dia de hoje em Nova York para concluir a operação, finalizando as conversas com os investidores estrangeiros, que, como é comum nas grandes operações, acabam levando uma fatia relevante das ofertas iniciais de ações no Brasil.

 

A BR chegou perto de fazer seu IPO em 2015, mas o agravamento da crise política e econômica fez com que a empresa voltasse atrás. Depois disso, a tentativa foi de uma venda direta.

 

O ativo chamou muito a atenção de investidores financeiros e estratégicos nacionais e estrangeiros, mas houve uma pressão para que a Petrobras vendesse o controle da BR, o que não era seu desejo. Além disso, o processo chegou a ser atrasado por conta de bloqueio pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

 

Com essa venda, a Petrobras começa a dar ritmo para atingir sua meta de desinvestimento de US$ 21 bilhões para o biênio de 2017 e 2018. Para o final do ano que vem, a meta é sair do índice de alavancagem de 5,3 vezes anotados em 2015, quando a petroleira estava no epicentro da crise, para 2,5 vezes, conforme a métrica da razão da dívida líquida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). 

 

Fonte: Estadão