Sinal analógico de TV será desligado em SP em uma semana; saiba como se preparar

24/03/2017


Falta pouco tempo para o sinal analógico de televisão ser desligado em São Paulo: na próxima quarta-feira, 29, o governo federal pretende desativar a faixa de frequência dos 700 MHz para a TV analógica em toda a Grande São Paulo. 

 

Isso só vai acontecer, no entanto, se 93% dos 22 milhões de moradores da região metropolitana paulista estiverem aptos a receber a mudança – para tal, é preciso ter uma TV digital ou um conversor que esteja habilitado a receber o novo tipo de sinal. Caso contrário, a partir da semana que vem, só chuviscos vão aparecer na tela do telespectador. 

 

Para auxiliar na transição, o governo vai distribuir 1,8 milhões de kits de conversores para beneficiários de programas sociais incluídos no Cadastro Único. Para quem não está incluído nessa lista, é necessário adquirir um conversor, vendido no varejo por preços entre R$ 80 e R$ 190. 

 

Em visitas recentes a lojas na Grande São Paulo, a reportagem do Estado, porém, teve dificuldade de encontrar modelos. Segundo as lojas, a alta procura nas últimas semanas gerou baixa nos estoques; para analistas, o baixo valor agregado do produto não gerou interesse nas fabricantes, o que deixou poucos conversores disponíveis no mercado. 

 

Para saber se a sua TV já tem o sinal digital ou não, o jeito mais simples é sintonizar a programação de canais como Globo, Record e SBT – nas últimas semanas, as emissoras têm emitido em seu sinal analógico imagens com uma letra A no canto inferior direito da tela. Se você estiver vendo este A na sua TV, é sinal de que você precisa comprar um conversor ou trocar de aparelho. 

 

Desafio. Até agora, São Paulo representa o maior desafio para a migração do sinal analógico de TV para o digital – já realizado em um piloto na cidade de Rio Verde (GO) e também na região metropolitana de Brasília. Para se ter uma ideia, em Brasília, a Seja Digital – empresa criada pelas operadoras para coordenar a preparação para o desligamento do sinal analógico – teve de distribuir 350 mil conversores às famílias de baixa renda. 

 

Segundo estimativas, 19 milhões dos moradores de São Paulo e de outros 36 municípios da região metropolitana estão prontos para reproduzir conteúdos no formato digital. O recomendado, no entanto, é alcançar 20,4 milhões de pessoas. Em Brasília e em Rio Verde, houve adiamento do desligamento do sinal analógico por conta da dificuldade de atingir a marca de 93% dos telespectadores. 

 

Pelo calendário oficial, o sinal analógico deve ser desligado em Goiânia em maio; em Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Salvador, em julho; e em Vitória e Rio de Janeiro, no mês de outubro. Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre devem esperar até 2018.

 

Quando o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre foi anunciado, em 2006, o governo previa que o sinal analógico de TV seria desligado em dez anos. Em 2013, o prazo foi adiado para 2018. Em janeiro do ano passado, o governo postergou mais uma vez a migração em algumas capitais do País para 2017 – a expectativa é de que todo o sinal esteja desativado até o final de 2018. 

 

Hoje, as emissoras de televisão utilizam a faixa de frequência de 700 MHz para transmitir o sinal analógico de TV. O programa de digitalização vai “limpar” essa faixa para que as operadoras possam expandir o serviço do banda larga móvel (4G) no País. Algar, Claro, TIM e Vivo arremataram os lotes de frequência em um leilão da Anatel em 2014 por R$ 5,85 bilhões. Hoje, as operadoras usam a faixa de 2,5 GHz para 4G, mas os 700 MHz são cobiçados porque exigem menor investimento.

 

Fonte: Estadão