O Brasil que queremos

Ricardo Patah

Presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores - UGT


17/09/2013

A sustentação do sindicalismo no Brasil está na organização e na força dos trabalhadores. Isso significa que um sindicato forte é representado por uma categoria organizada que dá respaldo a sua entidade e todas as condições para que sua diretoria possa tomar decisões que envolva os interesses dos trabalhadores. É esse, em dúvida, o sindicalismo que queremos. É esse o sindicalismo, ético e cidadão que praticamos.   

 

Nos últimos anos, o Brasil consegui tirar da estrema pobreza 40 milhões de brasileiros. A ação dos sindicatos nas negociações coletivas representaram avanços e ganhos salariais acima da inflação, além disso, o reajuste no salário mínimo, também, em patamares acima da inflação, conduziu esses milhões de brasileiros a uma nova etapa de consumo. Tudo isso, aliado a geração de emprego, fez com que houvesse um ganho de cidadania para todos. Essa realidade leva a conclusão de que o País vive em céu de brigadeiro, onde tudo corre a mil maravilha. Ledo engano.

 

O trabalhador brasileiro continua precisando matar um leão por dia, para viver dignamente. A pauta trabalhista, reivindicada pelas centrais sindicais e apresentada ao Governo, ainda não foi seques discutida e outras demandas já surgem que exigem da classe trabalhadora viver em constante sinal de alerta. Para encontrar um novo caminho e construir o Brasil que queremos a resposta está na união da classe trabalhadora e no fortalecimento do sindicalismo no Brasil.

 

Mas, recentemente, diversos sindicatos no País, além do enfrentamento que tem que fazer para conter a ganância patronal, lutando contra a informalidade, a precarização e por melhores salários, estão, também, tendo que enfrentar ações patrocinadas pelo Ministério Público em questionamento a contribuição dos trabalhadores para o fortalecimento de suas entidades. Os sindicatos são entidades cujas ações são regulamentadas pela CLT e suas decisões são respaldadas pelos trabalhadores em assembleia. Nada é feito sem a decisão do trabalhador. E é essa decisão que deve ser respeitada. É essa decisão que o Ministério Público deve e tem o direito de observar se está sendo cumprida. Agora determinar o que devemos fazer ou não cabe   a categoria. O Brasil que queremos é o País com uma sociedade justa e trabalho decente. É o País onde os direitos e a vontade dos trabalhadores seja respeitada.

 

Uma sociedade justa é uma sociedade ética, igualitária e sem preconceito. Esse é o princípio de luta que defendemos no Sindicato dos Comerciários de São Paulo. E foi em defesa desse principio e da inclusão social que nosso sindicato se transformou na primeira entidade sindical do Brasil a conseguir a incluir nos acordos coletivos cotas para afro descendentes. É assim que atuamos na construção de um Brasil melhor em nome dos trabalhadores que representamos.